segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Vem que a minha cama é tua

Vem que minha cama é tua.
Fica ao meu lado, que estarei ao teu.
Vem viver lado a lado.
Sinceros,
Abertos,
Amigos,
Verdadeiros.

Toma meu ser. Toma-lhe inteiro.
Defeitos... deficiências... mas inteiro,
com toda minha verdade,
e um querer profundo de te dar e estar sempre contigo.
Sempre, sempre.

Nos confortemos. Nos aturemos, mas juntos.
Que procuremos nossos pés à noite.
Que haja o conforto e a profunda satisfação de termos um ao outro.

Deito a cabeça em teu colo, seja ele almofada, seja guilhotina, sem questionar o momento futuro, porque quando me deres afeto, ele é pessoal, porque quando me usares, é por anseio genuíno.

Que saibamos esperar pelo outro.
Que não seja tentador alcançar nada sós, sem que o outro assinta gentilmente. Juntos, de alguma forma, quando nos desatarmos, por generosidade, por concessão feliz, por saber da felicidade do outro.
Que a paz da certeza de nós dois seja a fonte de toda liberdade e de toda ausência.

Que as desavenças nunca superem a certeza de que a vida juntos é melhor.

Sejamos alento aos dissabores. Quero tremer meu nervoso no teu abraço, no teu afago, no teu silêncio, quando não houver a dizer e se ouvir.

Que seja porto. Que seja certo. Que seja humano. Que seja nobre. Que valha a razão. Que fale o afeto e o respeito. Que seja bom, mesmo quando não o for, porque o passado nos atesta e porque o futuro juntos é o que queremos sonhar e fazer.


(Que o alento me envolva esta noite. Que a esperança possa envolver meu coração. Seja lá o que dentro dele haja, de esperança ele possa estar envolto)



Rio de janeiro, 2 de maio de 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário