No meu baú digital de escritos encontrei vários textos antigos. Textos que eu pensava em manter guardados, mas que agora tenho pensado de maneira diferente...
Mas antes de publicá-los gostaria de trocar umas palavras com os que se dispuserem a ler (aos quais agradeço a deferência).
O primeiro pensamento em contrário a publicá-los, é há muitos textos de muita tristeza. Quanto a isto, me sinto (ou sentia, se já superei este sentimento) um temor da imagem que eu esteja passando de mim.
A predominância de textos tristes está (também?) relacionada como fato de que nos momentos mais difíceis da minha vida, a mão que eu estendo a mim, é por-me a escrever. Lembro de Fernando Pessoa:"... a metafísica é uma consequência de estar mal disposto". Nos momentos de calmaria ou felicidade eu não normalmente não escrevo. Como canta Gal Costa: "Quando a gente está contente, nem pensar que está contente a gente quer, a gente quer é viver."
Penso também em qual o sentido de publicar coisas tristes... Novamente lembro de Pessoa, quando ele "conversa com alguém que se cansou de viver": "... se te cansa seres, Ah..., cansa-te nobremente, e não cantes, como eu, a vida por bebedeira. Não saúdes como eu a morte em literatura!". Em meus pensamentos, concluo que se cantar a tristeza fosse algo mau, a grande maioria dos poetas seriam abomináveis e uma grande parte do que se considera arte deveria ser banida.
O último argumento que me faz afastar estes meus temores do julgamento alheio, é que os que leem o que eu escrevo deveriam fazê-lo por interesse ao que é dito e não para julgar quem o diz.
Uma segunda trava é a revelação de intimidades. Decidi não me importar com isto. Publicá-las talvez possa fazer mais bem aos leitores, que mal a mim e às coadjuvantes das intimidades, que talvez possam ser identificados pelos que me conhecem pessoalmente.
Outros dois receios, são o de meu amor se entristecer por eu falar de outros amores (fica, então, aqui, esta menção em sinal de zelo), e que certos dois coraçõeszinhos tenham amadurecido o suficiente para entender o que venham a ler.
Não queria prosseguir sem ter feito estas ressalvas.
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