domingo, 24 de novembro de 2013

Coisas do baú

No meu baú digital de escritos encontrei vários textos antigos. Textos que eu pensava em manter guardados, mas que agora tenho pensado de maneira diferente...

Mas antes de publicá-los gostaria de trocar umas palavras com os que se dispuserem a ler (aos quais agradeço a deferência).

O primeiro pensamento em contrário a publicá-los, é há muitos textos de muita tristeza. Quanto a isto, me sinto (ou sentia, se já superei este sentimento) um temor da imagem que eu esteja passando de mim. 

A predominância de textos tristes está (também?) relacionada como fato de que nos momentos mais difíceis da minha vida,  a mão que eu estendo a mim, é por-me a escrever. Lembro de Fernando Pessoa:"... a metafísica é uma consequência de estar mal disposto". Nos momentos de calmaria ou felicidade eu não normalmente não escrevo. Como canta Gal Costa: "Quando a gente está contente, nem pensar que está contente a gente quer, a gente quer é viver."

Penso também em qual o sentido de publicar coisas tristes... Novamente lembro de Pessoa, quando ele "conversa com alguém que se cansou de viver": "... se te cansa seres, Ah..., cansa-te nobremente, e não cantes, como eu, a vida por bebedeira. Não saúdes como eu a morte em literatura!". Em meus pensamentos, concluo que se cantar a tristeza fosse algo mau, a grande maioria dos poetas seriam abomináveis e uma grande parte do que se considera arte deveria ser banida.

O último argumento que me faz afastar estes meus temores do julgamento alheio, é que os que leem o que eu escrevo deveriam fazê-lo por interesse ao que é dito e não para julgar quem o diz.

Uma segunda trava é a revelação de intimidades. Decidi não me importar com isto. Publicá-las talvez possa fazer mais bem aos leitores, que mal a mim e às coadjuvantes das intimidades, que talvez possam ser identificados pelos que me conhecem pessoalmente.

Outros dois receios, são o de meu amor se entristecer por eu falar de outros amores (fica, então, aqui, esta menção em sinal de zelo), e que certos dois coraçõeszinhos tenham amadurecido o suficiente para entender o que venham a ler.

Não queria prosseguir sem ter feito estas ressalvas.

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