domingo, 1 de dezembro de 2013

O ovo escorre


Quebra a casca.
Trinca... Lasca...
Nem nasce e não morre.
O ovo escorre...

Por algum motivo, aquela imagem, tão despropositada, ficou na mente. Havia algo..., algo que de alguma forma o sentimento alcançou, e que a razão não conseguia transpor em palavras.

Havia um significado a explorar... Algo, que, se de alguma forma havia sido “dito” em sentimento, haveria que a razão colocasse em palavras.

Deixava no ar um cheiro de morte. Morte sem crime. Morte sem cadáver.

Como matar, se sequer nasce...? Uma charada, como que abrindo algum vestíbulo secreto na realidade, como uma pedra  despropositada das paredes de um castelo, que se empurra, e que abre a passagem secreta para o que jamais se suporia, não fosse por atentar a explorar o despropositado.

Um medo das mensagens silenciosas que existam nas coisas. Medo da insuspeita influência das coisas com suas mensagens subliminares, falando diretamente ao sentimento, que em algum lugar dentro de nós se instauram e se aprisionam por não conseguirem sair pelas palavras, e que, sabemos de alguma forma, estarem dentro de nós, presos pelas grades do indizível. Medo de perder a noção dos limites do terreno da loucura, em suposições.


29 de abril de 2005?

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