Carta
Como quem psicografa, num dia de setembro de 2005, na impossibilidade de um certo coraçãozinho se expressar, cardiografei esta carta. Dele, para seus pais. Não sei se o meu coração guiou minha mão em real sintonia com o dele...
Vivo uma fase extremamente importante da minha vida. Equilibro-me no fio divisor de sentir a vida com fortuna ou com infortúnio. Para o lado que tombar, nesta fase, tombará meu destino, e se o infortúnio me sorrir, enfrentarei muita dificuldade para cruzar esta linha novamente, quando, e se um dia, conseguir.
De alguma forma sei disto desestruturadamente, como desestruturado estou, e nesta desestruturação natural desta fase da minha vida, sofro com a ambivalência sentimental que esta situação me impôs: meus ídolos adorados e necessários, que optaram por que eu vivesse, são os meus algozes. Fustigaram e fustigam meu coração, negando-me o que mais me importa... Se optaram por mim, a vida, porquê a maltratam?!?!
Não me peçam para que eu entenda, e muito menos que eu aceite! Esta responsabilidade não me cabe! Porque nem justo seria pedir-me isto. Não estou, e nem deveria estar, apto a isto. Não me peçam para resolver o que nem vocês foram capazes de lidar sem muito sofrimento. O sofrimento cabe a vocês, não a mim, que nada pedi.
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