sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Carta cardiografada

Carta


Como quem psicografa, num dia de setembro de 2005, na impossibilidade de um certo coraçãozinho se expressar, cardiografei esta carta. Dele, para seus pais. Não sei se o meu coração guiou minha mão em real sintonia com o dele...

Vivo uma fase extremamente importante da minha vida. Equilibro-me no fio divisor de sentir a vida com fortuna ou com infortúnio. Para o lado que tombar, nesta fase, tombará meu destino, e se o infortúnio me sorrir, enfrentarei muita dificuldade para cruzar esta linha novamente, quando, e se um dia, conseguir.

De alguma forma sei disto desestruturadamente, como desestruturado estou, e nesta desestruturação natural desta fase da minha vida, sofro com a ambivalência sentimental que esta situação me impôs: meus ídolos adorados e necessários, que optaram por que eu vivesse, são os meus algozes. Fustigaram e fustigam meu coração, negando-me o que mais me importa... Se optaram por mim, a vida, porquê a maltratam?!?!

Não me peçam para que eu entenda, e muito menos que eu aceite! Esta responsabilidade não me cabe! Porque nem justo seria pedir-me isto. Não estou, e nem deveria estar, apto a isto. Não me peçam para resolver o que nem vocês foram capazes de lidar sem muito sofrimento. O sofrimento cabe a vocês, não a mim, que nada pedi.


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